Beth & Heinz Klein

(Moto)viagens

Diário de bordo -  Américas 2011: Brasil / Goiás I


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Quinta-feira
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Jataí

Jataí foi uma agradável surpresa: havíamos lido na Internet que há fontes termais e clubes ou hotéis que exploram essas fontes, mas esse tipo de lazer não é uma prioridade para nós, e dificilmente ficaríamos na cidade por essa razão.

As boas experiências começaram com um gostoso jantar no restaurante Mamma Vitória - nada excepcional, mas um atendimento muito bom e comida idem.

Mas o mais interessante foi que, antes mesmo de subirmos para o quarto, o recepcionista do hotel (Sebastião) nos contou que havia um memorial a JK, lembrando o papel da cidade no processo de consolidação do projeto de Brasília. Isso despertou a curiosidade histórica, pois nunca havíamos ouvido falar dessa cidade como parte desse processo.

Passamos boa parte do dia visitando esse memorial e depois o museu histórico da cidade. O memorial contém basicamente fotografias, mas descreve dois fatos interessantes: que Juscelino foi 'desafiado' por um político jataiense (conhecido como Toniquinho) a construir Brasília e que na realidade o projeto de instalação de uma capital federal na região onde Brasília existe já existe desde a Constituição de 1891.



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Sexta-feira
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Jataí - Jussara

Eta trechinho complicado esse! Trocando idéias com funcionários do hotel, optamos por fazer esse trecho via Rio Verde e Acreúna (poderíamos ter ido via Caiapônia - Iporá). Chegando em Acreúna, fomos informados por pessoal local que a estrada para  Pareúna, que pretendíamos pegar, estava em construção, com aproximadamente dez quilômetros de terra, provavelmente encharcados pela chuva. Falha minha: revendo o mapa do Guia 4 Rodas essa estrada constava como em construção!

Seguimos então até Indiara, onde tomamos estradas vicinais que nos levariam a Firminópolis, onde retomaríamos o trajeto originalmente previsto. Mais ou menos até Palminópolis fomos toureando a chuva como já estávamos acostumados, mas aí o que vimos à frente nos fez vestir a roupa de chuva. Sábia decisão: menos de um quilômetro à frente começaram a cair os pingos, e a chuva que pegamos teria sido suficiente para molhar até os ossos.

Tocamos em frente, felizmente por estradas com pouco movimento, facilitando a pilotagem na chuva. Quando chegamos em São Luis de Montes Belos decidimos, sem nenhuma razão específica, perguntar onde ficava a saída para a estrada rumo ao norte, que nos levaria à cidade de Goiás. Informação recebida: essa estrada está interditada por queda de barreira, mas moto passa.

- Passa?
- Ah, passa sim.
- Mas por asfalto?
- Não, é terra.
- Bem, quer dizer que é barro?
- Ah, hoje deve estar uma lama só!

Epa, por aí não! Perguntamos mais um pouco e ficamos sabendo que teríamos que fazer uma volta, por Fazenda Nova e Jussara. O resultado foi o 'S' maluco que aparece em nosso mapa do SPOT (ver link à direita). E o pior foi constatar que acabamos caindo na estrada que vem de Caiapônia!

Foram três horas de chuva muito cansativas, pois as estradinhas desse trecho são ruins e pessimamente sinalizadas.Chegávamos a trevos que simplesmente não tinham nenhuma placa e tínhamos que decidir que caminho seguir.

Quando chegamos a Jussara confabulamos e decidimos dormir ali mesmo: continuar significaria chegar em Goiás lá pelas 19:00 horas, numa sexta-feira de Carnaval, sob chuva e sem reserva de hotel. Quando vimos o piso da cidade histórica de Goiás no dia seguinte concluímos que foi um decisão MUITO correta.

O hotel que encontramos em Jussara era bastante estranho. Pena que não fizemos fotos, pois algumas coisas realmente mereciam: o sistema de escoamento da água do ar condicionado Split era um tubo dentro do quarto, que levava a um balde onde a água era recolhida. E esse balde ainda era acompanhado por um aviso colado na parede explicando que aquilo era uma iniciativa de economia de água, que seria usada na limpeza do hotel.

Cada coisa que a gente encontra por aí!

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O museu da cidade também é pequeno mas muito interessante, principalmente porque a visita é guiada, proporcionando diversas informações interessantes.

Ah, e procurando se informar sobre as coisas locais a Beth viu no jornal local que eles já haviam descoberto a verdadeira razão da nossa viagem: a expansão do império! rsrsrsrs
05/03/2011 - Sábado: Jussara - (Cidade de) Goiás

O trecho Jussara - Goiás é curto e foi até agora o único que percorremos sem vestir a roupa de chuva - claro que choveu um pouco, mas não o suficiente para isso.

E Goiás também foi uma surpresa: por fotos que havíamos visto esperávamos encontrar um pequeno centro histórico, mas jamais imaginávamos que a área preservada fosse tão grande. De um lado nota-se que, como o tombamento ocorreu somente há dez anos, diversas ruas têm alguma casa recente, que destoa das casas conservadas.

Por outro lado, é admirável que, mesmo sem as restrições impostas por um tombamento, uma área e uma quantidade tão grande de casas ainda tenham sido preservadas. Além disso o número de museus e a qualidade dos guias nos mesmos são marcantes em comparação com outros sítios históricos.

O único elemento negativo foi o fato de ser Carnaval, o que impediu que fizéssemos uma boa foto do coreto e da praça principal, muito desfigurados pela decoração.

Também o hotel Casa da Ponte, apesar do ventilador de teto barulhento, foi muito agradável pela atmosfera gostosa que o casarão antigo e sua varanda oferecem. Aliás, em frente ao hotel há um monumento (uma cruz) em homenagem a Bartolomeu Bueno da SIlva (o Anhanguera): segundo a lenda foi ali que ele enganou os índios ameaçando incendiar o Rio Vermelho (que passa ao lado do hotel e do monumento).

Goiás Velho é, definitivamente, uma cidade que deve ser visitada!

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11/03/2011 - Sexta-feira: Pirenópolis - Brasília

Essa viagem é curta e fácil, e conseguimos enriquecê-la graças a uma dica do Sérgio (da pousada): fizemos um caminho por estradas secundárias, via Corumbá de Goiás e Cocalzinho de Goiás, para apreciar o Salto de Corumbá. Valeu muito esse roteiro, pois esse salto é muito bonito!
06-08/03/2011 - Domingo/Segunda-feira/Terça-feira: Goiás - Goiânia - Pirenópolis

Esses três dias foram especiais, pois tivemos a oportunidade de abraçar amigos queridos e passar algum tempo com eles: depois de um pequeno passeio por Goiás para visitar mais dois museus e tirar mais algumas fotos, seguimos para Goiânia. para visitar nossos amigos Patrícia e José Mario (Zema).

A viagem foi tranquila com um pequeno contratempo: uma ponte da rodovia caiu e o tráfego flui por uma ponte construída pelo exército. Exatamente no momento em que chegamos a essa ponte ela estava fechada para manutenção, e tivemos que esperar uns 20 minutos até que fosse reaberta, o que logicamente aconteceu começando pelo tráfego em sentido contrário. Grrrr...

Ah, e essa parada foi particularmente 'agradável' porque, para variar, estávamos com a roupa de chuva, vestida no momento da partida, quando a chuva mais uma vez nos brindou com sua presença. E, claro, aqueles vinte minutos de espera foram os únicos de toda a viagem em que o sol se mostrou em toda sua glória!

A permanência em Goiânia foi exclusivamente de curtição de pessoas: ficamos hospedados na casa da Patrícia e do Zema, e na segunda-feira à noite o Rodrigo Bastos nos recepcionou com um churrasco. Dois agradabilíssimos dias de relaxamento em excelente companhia.

Na terça-feira à tarde partimos para Pirenópolis. Zema nos levou até a BR153 por um caminho tão tortuoso que achamos que ele queria ter certeza que não encontraríamos o caminho de volta (rsrsrsrs). Claro que só chegamos até o Ceasa antes de parar e vestir a roupa de chuva. Estamos estudando uma maneira de substituir a medição de nosso progresso de quilômetros para milímetros... de chuva!


09-10/03/2011 - Quarta-feira/Quinta-feira: Pirenópolis

Passamos dois dias em Pirenópolis. No primeiro dia fomos, com os proprietários da Pousada Vila do Sossego, Carol e Sérgio, à Cachoeira das Araras. Lugar bonito, ótimo para crianças pelo lago calmo e em boa parte raso formado na base da cachoeira.

Passamos o dia lá; muito gostoso. No segundo dia visitamos o Museu Rodas do Tempo, uma bonita coleção particular de bicicletas e motocicletas mantida por um apaixonado por esses veículos. Para quem se interessa pelo tema, colocamos todas as fotos feitas lá num conjunto de páginas separadas - clique aqui para vê-las.

Depois andamos um pouco pela cidade, mas novamente esse passeio foi devidamente banhado pela chuva. Já estamos em Brasília, mas roupas e calçados ainda estão secando!

Pirenópolis é bonita e bem estruturada para o turismo, mas como cidade histórica Goiás é bem mais interessante. Por outro lado a quantidade e variedade de cachoeiras em torno da cidade cria outro tipo de atrativos.
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