Beth & Heinz Klein

(Moto)viagens

Diário de bordo -  Américas 2011: EUA

Centro-leste

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03/10/2011 - Segunda-Feira: Roanoke / VA - Summersville / WV

Esse dia começou complicado devido a uma bobeada: nosso pneu traseiro está acabando e também está chegando a hora de fazer a revisão dos 80.000 km, mas ainda não havíamos feito nenhum contato ou agendamento. E quando começamos a pesquisar revendedoras na redondeza, descobrimos algo totalmente inesperado: a maioria das que interessava estava fechada na segunda-feira. E uma que estava aberta e poderíamos visitar na quarta-feira estava... fechada na quarta-feira!

Ao mesmo tempo não queríamos ficar sentados em Roanoke esperando que as concessionárias abrissem, então acabamos agendando revisão e troca do pneu em Canton, perto de Detroit, para quinta-feira, 06/10 - o pneu teria que aguentar mais 1.000 km. Olhamos as alternativas de caminho e optamos por seguir hoje para Summersville. A escolha dessa cidade foi pela distância e por ser à beira de um lago e oferecer uma infra-estrutura turística associada ao lago. E ela cumpriria nosso objetivo de ver alguma coisa em cada estado, nesse caso West Virginia.

A viagem foi muito bonita, embora o tempo estivesse bem frio, 7ºC e encoberto - chegamos até a pegar uma chuvinha. E nosso GPS deve ler pensamentos e percebeu que gostamos de estradas mais secundárias e pitorescas: não é possível que o que ele traçou para nós hoje seja o caminho mais rápido.

Depois de menos de uma hora de estrada pegamos uma estrada secundária, no meio de fazendas. Era a Jefferson National Forest. Estrada de pista simples, só com sinalização de chão, acostamento para uma roda. Depois a estrada passou a ser secundária da secundária, nem faixas de separação de pistas tinha e dava a impressão que estávamos entrando nas propriedades de tão próximo que passávamos das casas e de tão fechada que era a mata.

E a floresta estava mais linda ainda, pois a variação das cores das folhas está aumentando a cada dia. Passamos por uma área de extração de carvão, uma longa esteira de transporte de carvão e vários vagões carregados. As curvas eram muitas e precisamos trafegar devagar, ainda mais que a pista estava molhada e o pneu traseiro já perto da carequice total. Ainda bem: num trecho em curva, do nada, duas corças saíram da esquerda da pista e atravessaram correndo para o outro lado. Bom que estávamos a baixa velocidade, pois o susto foi grande, mas deu tempo de frear sem risco.

Chegamos em Summersville com chuva e muito frio - o desânimo foi tão grande que só saímos do quentinho do quarto para comer numa lanchonete dentro do estacionamento do hotel. Nem atravessar uma rua queríamos. E a internet é um desastre... demora... demora e não se consegue abrir site algum! Esse dia deixou poucas lembranças boas.


04/10/2011 - Terça-Feira: Summersville / WV - Coshocton / OH

Estamos conseguindo desencavar uns nomes muito esquisitos para nossas paradas! Essa cidade foi escolhida porque queríamos pernoitar perto da maior colônia amish dos EUA, que pretendíamos visitar no dia seguinte. Coshocton foi escolhida procurando no mapa e nas listas de hotéis, sem nenhum critério turístico.

Ao amanhecer olhamos pela janela para nos preparar para nova jornada, na esperança que não fosse tão fria e chuvosa como no dia anterior. O que vimos foi uma densa neblina e o chão estava molhado. A temperatura estava em 11ºC, já mais quente que ontem.



Ao sairmos precisamos pedir licença para a neblina. Em alguns pontos da estrada a visibilidade reduziu bastante, mas depois, conforme descíamos, a neblina sumiu. E dessa vez o GPS nos conduziu só por estradas com limite de velocidade alto - e vimos muitos carros de polícia parando infratores.

Aliás, ainda não entendemos o comportamento dos motoristas americanos: em estradas com máxima de 50 m/h (80 km/h) o fluxo normal dos veículos (você quase não ultrapassa e só é ultrapassado por alguns mais afoitos) é lá pelas 58-60 m/h. Com limite de 55 m/h o fluxo vai para 63-64 m/h.

Quando o limite sobe para 60 m/h (96 km/h), o fluxo está em torno de 67 m/h. E agora começa o estranho: para 65 m/h de limite o fluxo se mantém abaixo de 70 m/h e quando o limite sobe para 70 m/h (112 km/h) nem os caminhões passam desse limite. A 71 m/h estávamos frequentemente na faixa de ultrapassagem, mais depressa que muitos.

O que será que essa barreira das 70 m/h tem de tão especial que ninguém a ultrapassa? Se andam uns 15% acima do limite nas velocidades mais baixas, o que os impede de manter esse padrão? Uma hipótese é que 110 km/h seja uma velocidade tão 'vertiginosa' que eles não têm coragem de andar mais depressa. Não dêem risada não, pensem que somente estradas de pista dupla, acostamento largo e canteiros centrais com algumas dezenas de metros de largura têm esse limite! O normal aqui é 88-96 km/h. Ainda vamos tentar descobrir porque esse comportamento.

Falando em motoristas, um comportamento comum por aqui que é totalmente estranho para os brasileiros: a mulher ao volante e o parceiro (marido, namorado) como passageiro. Isso é muito comum por aqui, também não sabemos porque. Será que o homem se responsabiliza pela navegação (mapas) e a mulher pilota?

Bem graças à velocidade fizemos os 404 quilômetros em 4h23m, com uma média de 92 km/h. No caminho atravessamos o rio Ohio, que divide West Virginia de Ohio. Rio largo, com bastante água e no momento em que passávamos pela ponte uma barcaça transportava carvão, que é uma das riquezas da região. Ainda não nos acostumamos com a quantidade de usinas de geração de energia elétrica movidas a carvão!

Chegamos à cidade de Coshocton (nem temos idéia de como se pronuncia esse nome), com uma sensação de desperdício de tempo: ainda era cedo (14h00) e não havia o que fazer com o resto do dia - ou assim pensávamos... Nos alojamos e ficamos um pouco no hotel, curtindo o sol que entrava pela janela e folheando alguns prospectos que pegamos na recepção.

E aí desobrimos o que é a Roscoe Village, nome que já víramos em placas na estrada: é uma vila de uma rua de um quilômetro, restaurada, praticamente um museu ao ar livre para contar a história do canal construído no início do século XIX para ligar o Lago Erie ao rio Ohio e que passava por ali. E descobrimos também que essa vila fica a quatro quadras do hotel! Saímos com o objetivo principal de jantar mas aproveitando para visitar a Roscoe Village.


Antes de chegar à vila passamos por uma casa toda decorada para Halloween: abóboras, palha do milho seca amarrada em feixes como se fossem bonecos... É uma epidemia; até parece um campeonato para ver quem enfeita mais sua casa, seu comércio, a rua de sua casa. E Halloween é festejado em 31 de outubro, falta quase um mês! Só queremos ver como será no tal dia, pois se tivermos algumas crianças à nossa porta, será conveniente comprarmos um saco de guloseimas, que já é vendido pronto nos supermercados, senão ganharemos travessuras...

Fomos caminhando e descobrindo a beleza e a história da vila. Ao longo da rua há diversas casas bem antigas, praticamente todas dali mesmo mas uma delas foi trazida de outro local e reconstruída ali. Parte dessas casas hoje são museus, outras são lojas diversas, escritórios, consultórios e restaurantes. Muito charmoso. Ao chegarmos ao final da rua vimos um parque de um lado que levava a uma área de atividades aquáticas, ao redor do lago e também ao que sobrou do antigo canal. Além do movimento comercial esse canal era usado também pelos escravos para fugirem para o Canadá.
Não deu para ter uma idéia muito completa de onde corria esse canal, principalmente quando se vê restos de uma eclusa, a de número 27, sem nenhuma ligação com o resto. Há um barco antigo, puxado por cavalos, que faz uma mínima parte do trajeto, mas só funciona nos fins de semana, agora que o verão se foi.

Na volta paramos numa das casas antigas onde funciona um restaurante que por sinal é bem aconchegante e tem refeições para todos os gostos e bem feitas. Novamente, sem querer, acertamos o lugar para parar: agradável e o clima ajudou, nos permitindo fazer o que não foi possível em Summersville, que é conhecer um pouco do lugar. Aqui é fácil ter essa 'sorte': o americano preserva muito sua história e ao mesmo tempo procura sempre explorar comercialmente essa preservação - e para isso tem que tornar o lugar atraente para os visitantes.


05/10/2011 - Quarta-Feira: Coshocton / OH - Holmes County / OH - Canton / MI

Hoje a parte turística seria a própria viagem: queríamos passar por Holmes County, que tem a maior comuniddade amish e menonita dos EUA. Tínhamos curiosidade de conhecer mais de perto esse povo que consegue preservar costumes de dois séculos atrás nos dias de hoje.

E nosso contato com eles começou cedo, e de forma um pouco preocupante: saímos com uma neblina bem densa, mas com tempo seco. Nem bem entramos na estrada interestadual nosso GPS nos conduziu a uma estrada secundária onde em alguns trechos nem enxergávamos para onde ela ia virar de tanta neblina.


Os caminhões que trafegavam nela ajudavam a tornar o percurso tenso. E de repente enxergamos um triangulo laranja e somente um pisca alerta num retangulo preto se movimentando à nossa frente. O que seria aquilo? Nada mais, nada menos do que a carroça de um amish. Já estávamos em território amish/menonita, e uma das características dos amish é a negação do uso de tecnologia, a começar por veículos: os mais ortodoxos (radicais? fundamentalistas?) só usam carroças e charretes com tração animal.

Andamos por estradas bem secundárias chegando a atravessar fazendas: de um lado da estrada ficava a casa da família e do outro lado o celeiro. Já às 10h muitas roupas estavam penduradas na corda para secar. E em algumas casas mulheres estavam arrumando os jardins ou uma pequena horta com enxada nas mãos. Nas casas ao invés de carros víamos as carroças. E muita agricultura e criação de cavalos, muito bonitos, grandes, fortes, nenhum pangaré, e de bois: como esse grupo desenvolve atividades ligada a terra e não usa tratores ou outros implementos motorizados, depende da tração animal para transporte, preparo da terra e colheita.
Chegamos à cidade de Berlin e demos um giro, procurando pelo Amish & Menonite Heritage Center. Depois de algumas perguntas chegamos ao local: não é bem um museu, talvez possa se dizer que é centro de informação com venda de literatura, artesanato, um tour por um mural que conta a trajetória desse grupo desde sua fundação, na Europa, e uma apresentação de vídeo que explica como vive esse grupo. Muito interessante, pois o apresentador é menonita, muito simpático e conversador. Ao final ele fez questão de que uma senhora que também atende no Centro, pegasse alguns dados de nossa viagem e fosse tirada algumas fotos nossa com a moto. Fomos muito bem recebidos!

Acabamos comprando dois livros que esperamos poder ler para entender melhor como funciona essa sociedade tão especial: eles pagam os impostos municipais, estaduais e federais como qualquer cidadão, mas não pagam nenhuma das taxas de seguridade social. Eles conseguiram essa isenção do governo federal, com o argumento, logicamente cumprido, de que jamais usarão esses serviços. Toda a vida deles gira em torno da comunidade, incluindo essa parte de assistência de saúde, ao idoso e problemas em geral.

Dois exemplos que nos relataram enquanto estávamos lá: um celeiro, grande mesmo, foi consumido pelo fogo numa vila amish. Definiu-se uma data para a reconstrução e aproximadamente quatrocentos homens, sem nenhuma coordenação prévia, levantaram esse celeiro, com telhado e tudo, em quatro horas e meia!

E o próprio guia do mural nos contou que sua esposa teve que fazer uma cirurgia cardíaca. Todo o processo de internação e pagamento dos médicos foi feito por ele como particular. Logo de cara ele teve bons descontos tanto do médico como das instituições, pois todos sabem que um amish jamais os processará por erros médicos, e eles reconhecem isso cobrando menos. E depois que o assunto estava encerrado a comunidade reeembolsou as despesas desse senhor, dividindo o custo entre todos. É uma estrutura social muito difícil de compreender para quem está de fora!


Ainda no centro nos avisaram sobre um leilão de cavalos de tração que estava se realizando numa cidade próxima. Fomos até lá e havia muita gente. Cavalos enormes e fortes, e uma feira de produtos afins. Foi muito interessante andar no meio dos cavalos nas baias, vendo as pessoas fazerem seus apontamentos sobre cada cavalo que era apresentado. E ao lado do galpão onde se realizava o leilão o estacionamento... de charretes!

O gostoso de se trafegar pela zona rural é o cheirinho de lenha queimando à tarde e a visão da fumaça saindo pela chaminé... tão agradável e aconchegante e nós em cima da moto!

Ainda bem que a essa altura já estava bem mais quente e a continuação da viagem para Canton foi tranquila e confortável. Só GPS que continuou aprontando: dessa vez conseguiu, na saída do Amish Country, nos enfiar até em estradas de terra e cascalho!


06/10/2011 - Quinta-Feira: Canton / MI

Dia sem maiores atrativos. Deixamos a moto logo cedo na concessionária, para revisão e troca do pneu que afinal chegou muito gasto mais ainda longe do desastre de San Diego. Provavelmente por causa da chegada do inverno nos fizeram uma proposta irrecusável para trocar logo os dois pneus: menos de R$ 600,00 pelos dois! Na verdade essa oferta, comparada com o Brasil, tem que ser relativizada: eles cobram mais de R$ 150,00 de mão de obra para fazer a troca. Mas ainda continua bem barato.

Aproveitamos também para trocar a calça de cordura que já estava acabando e comprar um forro elétrico para as luvas - chega de parar por não sentir mais os dedos das mãos. Acabamos comprando só para mim, a Beth acha que lá atrás dá para esconder as mãos e aguentar com uma luva de couro mais grossa.

Passamos algumas horas no hotel e depois voltamos para pegar a moto e jantar. Amanhã seguiremos para Muskegon (mais um nome esquisito), uma cidadezinha à beira do Lago Michigan para curtir um pouco de 'litoral'.


07/10/2011 - Sexta-Feira: Canton / MI - Muskegon / MI

Saímos de Canton, com tempo agradabilíssimo, sol, 23ºC. Fomos até Detroit para dar uma olhada na Henry Ford Village, mas acabamos nem descendo: o museu de automóveis está fechado para renovação e o resto da área é coisa para dia inteiro, não o par de horas que estávamos dispostos a gastar lá.

E rumamos para o nosso destino às margens do Lago Michigan. Viagem tranquila e quente, temperatura chegando a 29ºC. Coisa de louco, há cinco dias estávamos quase congelando! E olhem que estamos bem mais ao norte que a Blue Ridge Parkway.

Chegamos ao destino e fomos passear sem agasalho algum e almoçamos num restaurante, no terraço de frente para o Lago, com o sol chegando até a incomodar de tão quente. Mas era isso que precisávamos. A temperatura está afetando o nosso humor e decisão. Aliás esse restaurante, The Lake House, é muito bom: refeições finas, bem temperadas e num ambiente agradável, com atendentes muito simpáticos e descontraídos. Aliás é bom ver o norte-americano num lugar assim, sem aquele estresse de cidade grande - perceptível particularmente na costa leste.

Com esse tempo delicioso ainda fomos caminhar um pouco, olhar alguns veleiros, já que a marina e o restaurante ficam na frente do hotel em que estamos. Chegando no quarto abrimos as três portas balcão para deixar correr uma brisa e aproveitar para ver uma noiva e seu cortejo que festejarão o casamento no Salão contíguo ao restaurante.

Depois ainda comentamos: o hotel é um prédio de dez andares, que a nosso ver agride de forma desagradável a paisagem na beira do lago. Mas só num prédio de mais andares pode-se curtir coisas como portas balcão sem perder privacidade e vistas particularmente bonitas. Tudo tem seu preço!


08/10/2011 - Sábado: Muskegon / MI

Hoje foi um dia de grandes mudanças em nosso plano de viagem. Mas vamos contar primeiro como foi o dia e depois o que resolvemos - foi essa a ordem dos eventos...

Dia dedicado à preguiça e descanso, sem nenhum compromisso com coisa alguma. So saímos do hotel para almoçar e aproveitamos para dar um giro por Muskegon. Essa cidade fica à beira do Lago Muskegon e há um canal que o liga ao Lago Michigan.

Fantástico como esse país aproveita todos os pontos imagináveis e o tornam um lugar agradabilíssimo e turístico. Muskegon tem cerca de 40 mil habitantes. Tem mais de cinco marinas, extração de areia, estaleiros.

Fomos procurar alguma rua que circulasse à beira do lago Muskegon e eis que encontramos o canal que liga os dois lagos e enquanto estivemos lá, uma meia hora, o trânsito de embarcações era muito intenso - ficamos tentando imaginar como deverá ser durante o verão.

Continuando o trajeto fomos para o lado das praias, muito longas, com areia branca finíssima e do outro lado da rua muitas dunas. Realmente lindo e ficamos admirados de ver dunas e areia ao longo de um lago, estamos acostumados a associar dunas a mar aberto... E há uma série de um tipo de cerquinhas, que supomos que sejam para tentar impedir a areia de invadir as casas e ruas. Se for isso o resultado é apenas parcial, pois as ruas ficam com areia e as casas têm o gramado ou o piso também cobertos pela areia.

E ao abrirmos a porta de nosso quarto mais uma atração da Mãe Natureza: um belíssimo por-de-sol nos esperava ao olharmos através da porta balcão de nosso quarto. Admire-o, também!

Gastamos o resto da noite revendo nosso plano de viagem e depois de conversarmos colocamos na mesa algo que já estava nos incomodando há algum tempo:

1) Já havíamos decidido que vamos passar o Natal em casa - embarcar para o Brasil em algum momento da primeira metade de dezembro.


2) Estamos cansados! Queríamos ter parado em algum lugar tipo resort para um descanso de pelo menos 4-5 dias, e isso pelo menos duas vezes até agora. Por diversas razões não fizemos isso e estamos pagando o preço!

3) Fazer essa parada agora mantendo o plano original não é viável: o tempo que sobraria não permitiria ir até a costa oeste e retornar para a Flórida sem transformar essa parte da viagem numa correria. E não queremos isso.

4) Outra razão que impede uma parada de descanso no plano original é o clima: já há neve em algumas montanhas do norte dos EUA e mesmo sem parar o risco de enfrentar condições indesejadas é muito grande. Por exemplo, teríamos que cortar Yellowstone: a temperatura lá já está em zero graus!

Resultado: não vamos mais para o oeste! Estamos desviando nosso roteiro para o sul. Ainda não sabemos exatamente como prosseguiremos, mas por enquanto a referência é o rio Mississipi: estamos pensando em ziguezaguear ao longo dele até chegar a New Orleans. E depois, como previsto originalmente, Flórida.

E amanhã, já dentro desse novo plano, vamos para Indianapolis. Boa noite!


09/10/2011 - Domingo: Muskegon / MI - Indianapolis / IN

Bem, lá vamos nós em direção ao sul, seguindo nosso novo roteiro. Essa viagem está sendo especial: pelo nosso jeito de ser, essa viagem é a nossa viagem! Planejada por nós, seguindo esse planos e quando empecilhos surgem vamos nos acertando. É a nossa medida! Já vimos locais lindos, diferentes que nos mostraram algo que nem esperávamos e a cada dia que passa vivemos mais situações maravilhosas. E vamos ver o que essa nova direção nos trará!

Saímos de Muskegon para Indianapolis. A cidade em sí vimos só como um ponto de passagem na nossa inflexão para o sul, mas com o atrativo de podermos visitar o famoso autódromo de lá. Pegamos estradas rápidas, muito boas, duas pistas de direção para cada lado e com largos jardins de separação entre elas. Infelizmente uma nota de tristeza marcou não só esse como outros dias de viagens nessas estradas: havia muitos animais mortos à beira ou nas próprias pistas: cervos, marmotas, guaxinins, esquilos...

Uma característica que identificamos como diferente do Brasil é que, praticamente só no estado de São Paulo e mesmo assim em poucos trechos, estradas grandes, de pista dupla, atravessam áreas extensas de exploração agrícola. Onde há essas áreas em nosso país as estradas geralmente já são menores.

Aqui existe essa rede de estradas interestaduais (Interstates) que atravessam o país inteiro e com isso há muitas fazendas ao longo da estrada. E apesar de ser domingo muitos fazendeiros estavam trabalhando a terra, talvez já a preparando para o inverno: muitas máquinas agrícolas enormes em movimento, ceifadeiras e arados.

Vimos muitas áreas com plantação de groselha, maças, pêssegos, bem como milho.

Ah, e as benditas abóboras por todo lado. Já vimos que alguns restaurantes e supermercados estão oferecendo um bolo de abóbora, mas em geral não vemos muito uso culinário da abóbora por aqui. Será que Halloween é uma invenção dos produtores dessa fruta para se livrarem da produção? ;-))
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