Beth & Heinz Klein

(Moto)viagens

Diário de bordo -  África 2016

Namíbia - Regiões de Erongo / Kharas

Próxima página
Próxima página
21
/0
6
/201
6
-
Terça-feira
:
Swakopmund

Esse foi um dia tranqulo sem grandes programas turísticos. Acordamos tarde, e saímos do hotel mais tarde ainda...

Fomos de carro para a centro da cidade (menos de 2 km do hotel) porque queríamos lavar o carro: estávamos cansados daquela areia toda, que havia inclusive sujado bastante as malas: a tampa do porta-malas não era muito bem vedada.

Aliás, antes de sair do hotel pedimos o aspirador de pó emprestado com a arrumadeira e demos uma aspirada nas malas para melhorar a aparência delas.

Enquanto o carro estava sendo lavado caminhamos pelo centro da cidade, basicamente uma rua principal e duas outras com algum movimento comercial ou turístico. O resto é residencial. E sempre o aspecto curioso de hotéis, estabelecimentos comerciais e nomes de rua em alemão. Não é muito fácil entender a sobrevivência dessa língua por tanto tempo: afinal os alemães foram derrotados e expulsos da Namíbia no fim da primeiira guerra mundial. Já se passaram quase cem anos e ainda se vê tanta influência!

E eles fazem umas misturas totalmente malucas: no café onde tomávamos o café da manhã do hotel havia uma placa no balcão de sanduíches dizendo "A variety of fresh Brötchen". Inglês terminando com a última palavra em alemão, inclusive respeitando a regra da língua de substantivo em maiúscula. Muito doido!

E resolvemos relatar aqui o que já tem nos incomodado desde os primeiros dias em Johannesburg: nas cidades vê-se muita gente aparentemente desocupada pelas ruas, na maioria homens e negros. Encostados nas paredes das casas ou edifícios e, o que é pior, semi-escondidos em vãos de portas ou portões.

E como está frio, quase todos de gorro de lã ou capuz da jaqueta enterrados na cabeça? Alguém (principalmente paulistanos) reconhece o estereótipo?

Juntando essa visão com as inúmeras histórias de assaltos pelas ruas fica difícil sair de um banco após trocar dinheiro ou usar um caixa automático na rua. Hoje aqui em Swakopmund um senhor bateu o recorde: ele estava parado numa esquina, encostado na parede do edifício que compunha a esquina, olhando de esguelha para a rua em que estávamos. Imagine, você olha para a frente e vê somente uma pequena faixa de um rosto, com um olho, espreitando em sua direção. Que fazer???

Ah, e aparentemente uma parcela significativa da população mais pobre é flanelinha! Em todo lugar onde estacionam carros, rua, qualquer tipo de estacionamento, sempre haverá alguém pedindo para tomar conta do seu carro. Não se nota (pelo menos não notamos) a agressividade que frequentemente se manifesta em São Paulo e outras cidades, mas eles estão lá.


22
/0
6
/201
6
-
Quarta-feira
:
Swakopmund - Windhoek

Esse dia foi puramente de deslocamento: pouco mais de 300 km para chegar à capital do país de onde no dia seguinte tomaremos o avião para a Cidade do Cabo, retornando à África do Sul.

Estrada totalmente asfaltada, mas que mesmo assim gerou um stress inesperado: havia trânsito! Havíamos nos acostumado de tal maneira às estradas (asfaltadas ou de terra) semi-desertas, que ter que fazer ultrapassagens de caminhões e outros veículos lentos (e não foram poucos) controlando o tráfego em sentido contrário de repente se mostrou bem cansativo.

E novamente, como na chegada, encontramos um monte de babuínos à beira da estrada quando nos aproximávamos de Windhoek. Parece que todo o entorno da cidade é infestado por esses animais.

Felizmente os últimos trinta quilômetros, os mais movimentados, foram em pista dupla, tornando o fim da viagem mais confortável. Windhoek é relativamente grande, muito espalhada, e com trânsito meio caótico. Nossa pousada ficava meio na beirada da cidade, e não nos animamos a fazer turismo quando só restava metade da tarde para isso.

Só fomos a um shopping comer alguma coisa, abastecemos o carro e ficamos o resto da dia na pousada.

Ah, quem vive em São Paulo e aprecia comida alemã possivelmente já visitou o restaurante Windhuk. Esse restaurante tem o nome de um navio alemão que se refugiou em Santos durante a segunda guerra mundial, e cuja tripulação acabou, em grande parte, ficando no Brasil após a guerra - o restaurante foi aberto por um deles.

E o nome desse navio, por sua vez, é o nome da capital do Sudoeste Africano Alemão, atual Namíbia. Portanto, se alguém que conhecia o restaurante e/ou o navio achou o nome muito parecido tem toda razão para achar isso.


23
/0
6
/201
6
-
Quinta-feira
:
Windhoek - Capetown (ZA)

Nosso vôo era somente às 16h35, mas para evitar pagar uma diária a mais no aluguel do carro nos organizamos para estar no aeroporto às 13h00, que foi o horário em que retiramos o carro nove dias antes.

Mais uma vez não nos interessamos em sair para turismo antes de ir para o aeroporto, e ficamos no hotel descansando e trabalhando neste texto.

No horário previsto entregamos o carro na locadora, depois de 2.730 km percorridos dentro da Namíbia. Havíamos considerado pagar para passar o tempo de espera numa lounge do aeroporto, mas acabamos surpreendidos pelos procedimentos locais: pedimos que a fatura da locadora fosse emitida no local ao invés de enviá-la por email, e recebemos a resposta de que poderíamos fazer o check-in do vôo enquanto eles providenciavam isso.

Mas o check-in (Air Namíbia) só abria às 14h30! Voltamos ao balcão da Avis onde também tivemos que esperar quase meia hora pela emissão da bendita fatura. Resumo, quando finalmente conseguimos pegar nossos cartões de embarque não valia mais a pena pagar para ficar mais confortáveis nos 30-40 minutos que faltavam para o embarque.

E esse embarque também deu o que pensar: 'soltaram' passageiros de dois vôos ao mesmo tempo, todos seguindo pelo mesmo caminho na área de estacionamento do aviões no aeroporto. Não foi para menos que os comissários de bordo verificavam muito cuidadosamente os cartões de embarque de cada passageiro, para ter certeza que todos embarcam no avião certo.

Vóo tranquilo, com serviço de bordo bastante bom. Pelo jeito dá prá voar Air Namíbia!

Em Cape Town havíamos contratado um taxi para nos levar para o hotel e como havíamos comido a bordo não queríamos mais jantar. O hotel é um tanto antigo, mas razoável, principalmente pela localização: bem no centro, com acesso fácil a toda a cidade.

Infelizmente recomeçou, depois de cinco noites confortáveis, a briga com o frio. O ar condicionado não dava conta de aquecer o quarto - a temperatura no controle remoto pedia 31 graus mas ele desligava quando bem entendia. Aliás, desligava para ligar menos de cinco minutos depois: que barulheira chata! Era melhor ficar ligado de uma vez.

Lá fomos nós nos enfurnar embaixo do edredon novamente!

Página anterior
Diários de Bordo
Página anterior